quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

 



O BOLEADOR 
- Bernardo Taveira Junior - 


E o destro campeiro na fúria indomável,
seguindo o cavalo que vai a fugir,
as pedras meneia com braço de ferro,
enquanto as não deixa certeiras partir.

E a certa distância que mede co'a vista,
o impulso tenteia visando o bagual,
e após, lá consigo, contando com a presa,
desprende o seu tiro terrível, fatal!

E as pedras tremendas fungando no espaço,
lá vão zig-zigs formando no ar,
lá vão implacáveis cair como um raio
na frente do bicho que intenta escapar.

E as pernas das bolas o bicho mal sente
nas mãos lhe tocarem, priscando coiceia,
e quanto mais prisca, coiceia ariscado,
mais ele se enreda, nas bolas se enleia.

E os fortes campeiros que adoram proezas
soltaram mil vivas naquela amplidão;
Um tiro de bolas há muito não viam
com mais bizarria, com mais perfeição.


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